quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Restaurante, pizzaria e piscina

A priori, devo dizer que o angolano é um povo bonito, de pele bem negra e olhar atento. Fui apresentada a alguns, colegas de trabalho do meu pai, e me pareceram bem simpáticos. Mas essas observações, deixo mais pra frente.

Por ora, a estada está tranquila. Estava sem internet e os celulares estão totalmente mortos. A adaptação ao fuso tem me deixado cansada, mas nada mais que uns bocejos. Pior é que o tempo ocioso tem me permitido fazer a minha monografia. Passo a tarde com Chico Buarque (a mono é sobre as músicas dele) e a noite com Lobão (meu livro de viagem, ótimo, por sinal).


 Luanda é uma cidade em obras. Há delas em toda parte. Por enquanto, não vi muito além dos carros (luandinos gostam dos altos, tipo jipes) e gente pelas ruas.


 Hoje meu pai me levou na Paradise - restaurante, pizzaria e piscina
(!!). Comi pizza de cogumelos acompanhada por uma pimenta de fazer chorar. E olhe que eu adoro pimenta, mas nunca comi uma tão forte. Na entrada, cumprimentou-nos o garçom, Bruno:

- Bruno, como está?
- disse meu pai
- Bem, graças a Deus e a mim mesmo! - respondeu

Caí na risada. Adorei.


 E a noite foi assim. Um "fino" com o velho (calma, fino é como os angolanos chamam o chopp) e um repertório bem eclético na Paradise - de Dire Straits à Ricky Martin e Los Hermanos (!!). Nem no Brasil eu ouvi "Ana Júlia" de cinco anos pra cá.


 Amanhã a promessa é ir pro centro da cidade. Já estou de dedos cruzados!



Ah, antes que eu esqueça: aqui tem mosquito pra burro! Saco!

IMAGENS DO DIA (clica pra ver a foto maiorzinha)


No Paradise, meio boêmio - de licor de amarula a campari

Olhaí o "fino" da marca Cuca. Bom, muito bom!

Paradise: restaurante, pizzaria e piscina. Taí pra provar!

DIA 1 - Nas ruas e mulher não dirige

Totalmente entretida com um brinquedinho novo que eu não sei mexer ainda (um iphone) e aproveitando uma torre de tomadas para carrega-lo, tenho a impressão de ouvir alguém me chamar, bem baixinho.

- Ih, acho que estou ouvindo vozes... – pensei, quando ouvi melhor:

- "Tatiana Nunes, última chamada para embarque imediato. Portão 14..."

Arranquei o iphone da tomada, puxei a mala e saí correndo. Lá vinha uma funcionária da companhia aérea gritando pela escada:

- "Tatiana Nunes, Tatiana Nunes..."

Não fiquei com mais vergonha porque ela não me chamou de Notaro. Aí era muito na cara.

Esperei a van vir me buscar e vi de longe um avião grandão de rabo vermelho com uma palanca pintada. Palanca é um antílope que só existe aqui, segundo meu pai, um dos símbolos de Angola e símbolo também da TAAG, a Linhas Aéreas de Angola.

Eu sou péssima pra me ligar nas coisas. Quando a passagem chegou e eu vi que a previsão era o avião aterrissar em Luanda às 4h e pouca da manhã, não computei que seria horário local. Ou seja, no Brasil, à 1h e pouca. Via a aeronave se aproximando do continente, pelo monitor, olhava pro relógio, e não entendia nada. Mas tudo bem. Foi mais rápido do que eu pensava...

O aeroporto de Luanda é pequeno e nem fica muito longe da casa do meu pai. A primeira coisa que me surpreendeu é que fui "reconhecida" pelo angolano -  finalmente, o senhor José Castelo: "és a cara do teu papá", ele me disse, simpático. A segunda surpresa é que aqui tem Igreja Universal do Reino de Deus.

Nada além pelas ruas, às 4h e pouca da manhã...

No meu primeiro dia aqui, não vi muita coisa. Meu pai me avisou que, por norma da empresa onde ele trabalha, mulher não dirige (!!) – “para evitar problemas no trânsito, porque o povo daqui é meio ‘arisco’” e tal... Não gostei nada disso. Inclusive, também não posso andar a pé, mas ele me prometeu que amanhã vai me mandar no centro da cidade pra ver umas coisas. Com motorista.

Por enquanto, só conheço o bairro onde ele mora, num lado mais organizado da cidade, onde fica o único shopping de Luanda (não lembro o nome agora) e onde há muitos condomínios novos de casas. Aguardando a programação deslanchar, antes que eu surte e pegue um ônibus de linha...

IMAGENS DO DIA (clica pra ver a foto maiorzinha)

Nas ruas. Eu gostei das placas dos carros...

Um baobá bem enorme, dentro de um dos condomínios de casas aqui em Luanda


O baobá, que chamam aqui de embondeiro

Olha só quanta cor. É um condomínio de casas recém entregue aqui

Caminhando na rua...

Pequeno comércio informal

Em Luanda, 13h

Um resumo rápido, como um sinal de fumaça. No momento, Luanda está nublada e eu tentando me acostumar ao fuso horário, quatro horas à frente do Brasil.

Outra coisa: tudo aqui é muito caro. O kwanza é a moeda local - US$ 1 vale 100 Kz. Ontem, comi comida chinesa (!!) no único shopping center da cidade e a conta deu US$ 42.

Ainda não me ambientei. Os luandinos falam português com um sotaque lusitano e gostam demais do Brasil pro meu gosto. No shopping tem "pracinha" da Turma da Mônica, loja com roupa da Xuxa e quiosque ("kiosk") de Havaianas. A cidade toda parece em obras e 90% das placas indicam que a responsável é a Odebrecht. Ah, André! Aqui ainda vende Coca-cola Light.

Ah! As mães levam as crianças amarradas nas costas. Eu achei a coisa mais fofa!

Vou dar uma volta. Mais tarde tem mais coisa pra dizer. Ah, dessa vez estou levando máquina com o cartão de memória (tatianada n° 2) e trarei fotos logo mais.